sábado, 27 de outubro de 2012

ÚLTIMO SERMÃO DO FILME SANTO AGOSTINHO





A Graça e a Paz do Senhor Jesus seja com todos.
Quero compartilhar com vocês essa passagem maravilhosa que é o sermão pregado por Santo Agostino, Bispo de Hipona, no filme que leva o seu nome.
Também aconselho a todos assistirem ao fime, é uma excelente arma para edificação de nossa fé. Leiam e fiquem maravilhados como eu:

'Vocês conhecem meu sofrimento por esta nossa sociedade cheia de injustiça em que a corrupção, a desordem, a violência, o amor pelo poder e pelo dinheiro cobriram de vergonha a dignidade dos homens, que perderam o conhecimento do que são, desde o início dos séculos, filhos de Deus e herdeiros do Paraíso. “Mas os sofrimentos dessa vida, diz Paulo, não são comparáveis com a glória que um dia deverá palpitar em nós”. Sendo assim, não nos deixemos invadir por pensamentos carnais, o momento não é esse. O mundo foi sacudido, o velho homem, arrasado; a nossa carne, humilhada; até que a esperança viva e brilhe. Quando os pagãos nos disseram: Roma caiu por causa da sua fé, nós respondemos que a doutrina de Cristo não nos foi dada para acumularmos os bens da terra, mas para reformularmos a nossa vida e nos conduzirmos para os bens invisíveis.
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Os reinos, os poderes e tudo o que lhes diz respeito são, na verdade como torrentes após a chuva, nascem, incham e se perdem no mar. Não são mais que o murmúrio entre dois silêncios. Enquanto o mundo treme e desaba, Cristo nos diz: “Por que se abalar? Eu já havia predito isso. Surpreendem-se por que o mundo perece? È como se surpreendessem porque o homem envelhece. O mundo é como o homem, nasce, cresce, envelhece”. Que sua fé, portanto, se reaviva, porque Cristo veio ao mundo para recriá-los, enquanto tudo está se desfazendo. Não se recusem a rejuvenescer em Cristo. A natureza, viciada pelo pecado, gera os cidadãos da cidade terrena. A graça, que liberta a natureza do pecado, gera os cidadãos da cidade de Deus. Os primeiros, descendentes de Caim, envelhecem como os bens da Terra aos quais se apegaram. Os segundos, descendentes de Abel, são regenerados de idade em idade para que vivam na esperança da Pátria Celeste. É assim que dois amores geram duas cidades. O Amor de Deus gera Jerusalém. O amor por este mundo gera a Babilônia. Que cada um de vocês se pergunte o que ama e descobrirá de que cidade é cidadão. Se descobrir que é cidadão da Babilônia, arranque do coração a cobiça. Se tiver a sorte de ser cidadão de Jerusalém, aceite sua escravidão e espere sua libertação próxima.

Não se surpreenda de ver que sobre a Terra, os justos e os infiéis estão juntos. Estão do mesmo modo como cresce na oliveira, tanto o que se rejeita, como o que se conserva, tanto o que se ama, como o que nos desagrada. Porque a história do mundo compreende tanto história do pecado, que é a dos condutores do império, como a história da Salvação que é a dos Patriarcas e dos Profetas. Os que não acreditam na igualdade logo deixarão suas riquezas como um sonho. Mas os que servem a Deus possuirão a terra. A verdadeira Terra, a Jerusalém eterna. A iniquidade é vã, é nula. Só a justiça é poderosa. A verdade poderá ficar temporariamente oculta, mas nunca poderá ser vencida. A iniquidade poderá aflorar muitas vezes, mas triunfar, jamais! “As cidades terrestres morrerão, mas a cidade de Deus está e estará eternamente na Sua Glória.”

SANTO AGOSTINHO DE HIPONA - 420 D.C.